NAQUELE TEMPO
Jose Claudio Piccirilo
Nas missas assistidas aos domingos, sempre na homilia, o Padre inicia seu sermão “Naquele Tempo”, logicamente ele narra os acontecimentos segundo evangélicos novo e velho testamentos, extraídos da bíblia sagrada.
“Naquele Tempo”, a vida com certeza era mais simples, a gente brincava na rua até ao anoitecer, o nosso tempo era medido pelo sol e pela lua com atividades pelo ciclo natural do dia, já criança, depois da escola, na rua que morava de chão batido, caminhando descalço sobre o terrão, vem imagem de brincadeiras de criança, jogando bolinha de gude com meus amigos de infância, buscando a biroca nos estalos de vidro, brincadeiras criadas na hora, com materiais simples e imaginação, jogos de tacos, cabos de vassouras bolinha de borracha e uma casinha de gravetos, que correria, ainda tinha tempo para uma pelada com os amigos, entrevias um hobby muito dos loucos, caçar aranha caranguejeiras com um barbante e uma bolinha de chicletes colocando no buraco pescando dita cuja, em seguida em um rinque buraco na terra, para brigas entre elas, apostas de crianças sua ou minha, aquela que viver é a ganhadora, “Aranha-caranguejeira” é o nome dado a cerca de 900 espécies de aranhas que se destacam por seu grande tamanho e por terem o corpo recoberto por várias cerdas. Estas apresentam função sensorial e atuam na defesa, sendo liberadas quando a aranha se sente ameaçada, algumas inofensivas, a picada delas provoca dor no local pode ocasionar vermelhidão, inchaço coceiras, enfim quanto tempo ainda tinha, tempo para caçar passarinhos com os amigos, estilingues de cabo de jabuticabeiras, borrachas de câmera de ar de bicicletas, a noite chegava, a mãe vinha do trabalho, nessa alturas já com o chinelo na mão, já pro banho seu encardido, chinelo primeiro drone conhecido sempre vinha voando, entretanto depois do jantar ainda tinha tempo para as brincadeiras; pega-pega, esconde-esconde, cabra-cega, amarelinha, queimada, já na década de 60, veio o asfalto na rua, era ocupado pelos carrinhos de rolimã, construído artesanalmente com pedaços de madeiras, geralmente com 3 rodinhas, duas atrás e uma á frente com eixo de controle dos pês, só esfoliação pelo corpo, nada como um mertiolate, não resolveria, pó como ardia.
” Naquele Tempo “ já adolescente lembrança que ficou marcada, prestação de serviço militar, na qual desempenha um papel importante na formação cívica dos jovens, ensinando valores como disciplina, responsabilidade e patriotismo, nesse ano desafios como construção da Pista de atletismo do Tiro de Guerra, cavoucando valetas com finalidade de drenagem, agua até a canela em um local que havia muitas minas, uma passagem triste com a morte de um atirador, Paulo Viale, finais de semana, lazer, praça Toledo barros aos domingos, cinema Cine Vitoria, paquera nas rodas do jardim, uma no coreto moças jovens e patricinhas, outra na gruta com moças de meia idade, onde a maioria dos jovens conheceriam a namorada ou futuras esposas.
“Naquele Tempo” as pessoas se conheciam e se respeitavam, todos eram próximos, famílias reuniam e compartilhavam histórias, a natureza era respeitada e valorizada, pessoas viviam em harmonia com o meio ambiente sabendo respeitar os recursos naturais.
Embora aquele tempo tenha passado, ainda podemos aprender com as lições do passado e aplicá-las no presente. Podemos resgatar a simplicidade, a comunidade e a conexão com a natureza que caracterizavam aquele tempo.
E, ao fazer isso, podemos criar um futuro mais harmonioso e mais equilibrado, onde as pessoas possam viver em paz e em harmonia com o mundo ao seu redor. E você, o que me diz do seu “Naquele Tempo”.